sexta-feira, 10 de abril de 2015

MOMENTO VIDA: “Humanização é uma porta que só abre do lado de dentro de cada um”..

Boa tarde grifetes lindas!!!!!!
Como prometido, teremos nossa convidada especial hoje : Eeeehhhhh!!!!!
Então, vendo muitas informações incorretas por ai sobre o PN (Parto Normal ou Natural) decidi trazer aqui, no nosso espaço, onde divido dicas com vocês que facilitam meu dia a dia.
Então, nossa convidada Graziela Boza Santos de desvencilhou de sua nova etapa um pouquinho, deixou o Kenji uns minutos para fazer esse relato com muito amor e carinho.
Assim, peço que tomem o maior "CUIDADO" com os comentários que possam ser feitos aqui, pois ela atendeu a um pedido meu com tanta boa vontade que não merece ouvir gracinhas ou qualquer comentário desagradável, ou seja, irei apagar todos que eu achar ofensivo! Fora isso, fiquem a vontade, vamos ler e nos deliciar....



RELATO DE PARTO

""Meu filho Kenji nasceu no Hospital VilaVelha no dia 10/02/2015. O parto foi bem rápido, quando entrei na sala de parto eram mais de 19h e Kenji nasceu às 23:14h, e foi muito diferente de tudo o que eu já li, ou havia imaginado que pudesse acontecer comigo. Estou muito feliz por ter conseguido, porque sempre encontramos aquelas pessoas que acham perda de tempo ter parto normal, que é sofrimento desnecessário, que é ultrapassado, que é um absurdo pagar pra ter filho de parto normal... Agradeço ao meu GO , que foi um anjo, e com sua assistência foi fundamental para que tudo fosse perfeito como foi; ao meu marido “doulo” Herick Helmer Santos, que me apóia sempre, que me impressionou ao me acompanhar nesse momento, que foi realmente um companheiro; à minha cunhada Úrsula Rola que me deu muita força para que eu buscasse o meu parto normal, e me deu várias dicas fundamentais pra que isso ocorresse.
Nossa gravidez foi muito desejada e planejada. Em 2013, tive uma gravidez, mas o bebê parou de se desenvolver com 7 semanas. A partir disso começamos a pensar em engravidar novamente. Sempre quis ter parto normal quando tivesse filhos, sabia que era o melhor pra a mãe e o bebê, e Úrsula, que estava grávida, me “apresentou” o parto humanizado. Vi que ela mudou de médico muitas vezes e fiquei curiosa, queria saber que tipo de parto ela buscava, por que ela estava contratando aquela tal de doula... Passei a abrir mais o olho em relação a isso, e a procurar um médico que respeitasse minhas decisões e realmente apoiasse o parto normal.
Em maio/2014 tentamos engravidar de novo... assim como na 1ª gravidez, engravidamos muito rápido! Descobrimos a gravidez em junho/2014.
Fui na primeira GO com 12 semanas... Mas a dra. já chegou marcando a data da cesariana para o dia 17/02/15, e dizendo que eu era muito apertada pra ter normal! Nunca mais apareci lá... Comecei a me consultar com outra, mais atenciosa, porém com as dicas da minha cunhada de novo, descobri que ela era cesarista. Ela nunca falava sobre o parto... sempre dizia que era muito cedo pra discutir isso... quando eu dizia que queria ter normal ela falava sobre a dor horrível, que só poderia esperar meu trabalho de parto até x horas... então vi que teria que procurar um GO humanizado, se quisesse realmente ter meu parto normal.
Na primeira consulta com o meu GO, eu já estava com mais de 30 semanas. Mas ele já foi logo dizendo que apoiava o parto normal, conversava comigo, com o meu marido, estava sempre disponível. Minha gravidez evoluía sem problemas, maravilhosa. Os exames mostravam que o bebê seria pequeno, mas com muita saúde.
A previsão era de ter o meu bebê no final de fevereiro. Então, no início de fevereiro eu estava tranquila com 37 semanas e ainda pensando em montar o berço, mudar de casa, comprar as últimas coisinhas do bebê... nada estava pronto! E ainda na maior correria, trabalhando e estudando...
No dia 10/02/15, levantei da cama sem nenhuma dor, nenhum sintoma estranho, e senti um pouco de líquido saindo. Muito estranho, eu não tinha esses problemas de urina escapando, ou suor demais. Fui ao banheiro e saiu mais um pouco, e vi que saiu uma coisa gelatinosa. Pensei que poderia ser o tampão, mas não havia sangue, então achei estranho de novo. Meu marido disse pra mandar mensagem pro médico. Parou de sair líquido, então achei que não fosse nada e fomos pra rua. No caminho, voltou a sair aquele pouco de líquido. Mandei mensagem para o dr Eduardo e ele pediu pra ir naquela mesma tarde ao consultório. Já fiquei preocupada.. como assim, será que estou com algum problema? Ainda não estou com 38 semanas... nem almoçamos e fomos pra lá. Chegando lá, ele disse que poderia ser a bolsa rompida. Me examinou, e era isso mesmo! Eu estava com a bolsa rompida e sem dilatação, sem contrações... Ele disse que poderia acontecer isso, que o bebê escolheu nascer naquela data, e que as coisas nem sempre são como a gente quer... e eu pensando que não tinha nada pronto, que a minha vida tava uma correria... ele escutou o coração do bebê, e tive a impressão de que estava batendo menos que nas outras consultas. Me assustei, perguntei se o bebê estava bem, mas ele disse que sim.
Então o dr pediu pra buscar as minhas coisas e chegar ao HVV até as 17h. O bebê teria que nascer naquele dia, até as 23h, e se eu não entrasse em trabalho de parto até as 17h teríamos que fazer indução. Eu tinha muito medo disso... achava que seria uma dor terrível. Mas foi muito tranqüilo. E o dr disse que não havia problema comigo, que eu poderia ir tranqüila, afinal “parto é tranqüilidade”... e pediu que o encontrássemos no hospital.
Na volta pra casa, liguei pra família pra avisar que seria internada. Nunca imaginei que seria assim, eu sem dor nenhuma ligando pras pessoas e dizendo que o meu filho iria nascer naquele dia. Pensava que fosse fazer aquela cena de ir morrendo de dor pro hospital...
E assim buscamos nossas coisas em casa, e fomos pro hospital. Ficamos presos no trânsito... começamos a ficar tensos, eu colocava a mão pra fora pra tentar ultrapassar os carros... Quase gritei “estou ganhando neném, deixa a gente passar!” chegamos às 17h, horário limite e eu ainda sem contrações, só às vezes uma cólica bem leve.
Chegamos ao hospital, e o dr já estava lá. Subimos a escada os 3 de mãos dadas, eu, meu marido de um lado e Eduardo do outro... isso me tranqüilizou...
Na recepção ficamos mais de 1 hora esperando! Mas eu estava feliz, sorridente, e a recepcionista ficou impressionada com a minha tranqüilidade. Fomos pra sala de parto. Na salinha de espera tiramos fotos, eu e meu marido... uma mulher esperava a filha terminar a cesariana. “Minha filha tentou normal e não aguentou a dor”... esse comentário não tirou o sorriso do meu rosto. Na sala de parto, ninguém me obrigou, mas resolvi usar sim a “roupa do hospital” pra não sujar a minha, hehehe. Me colocaram no soro pra fazer a indução. Demorei 1 hora pra ter contrações... mas quando começaram, elas engrenaram e não pararam mais. Senti dores bem suportáveis até os 5 cm de dilatação... o dr fazia exames de toque, mas fez apenas 4 em todo o trabalho de parto. Depois dos 5 cm a dor piorou um pouco, mas ainda foi bem suportável... fiz exercícios com a bola, fiquei no chuveiro quente, fiz exercícios com meu marido, controlei a respiração... Herick sempre comigo me apoiando, um fofo me dando lanchinhos, dizendo "vai lá amor, você é capaz”, rindo da minha cara de dor. Nós 3 na sala de parto conversando entre as contrações, dando risada, quase nem parecia um parto, rs. Quando eu estava no chuveiro, chegaram pedindo pra mudarmos de sala! Queriam me trocar de lugar com outra gestante. Acabamos conseguindo ficar.
Depois do banho, voltei pra sala, as dores ficaram mais fortes e perguntei se eu não poderia ter “só um pouquinho” de anestesia... hahaha. O dr. falava ok, vou ver depois, rs. Porque na verdade nem precisei... eu sentia dor, mas passou tão rápido... nem me lembro mais como era, só sei que parecia uma cãibra. Ele dizia que tinha certeza de que eu iria parir, me incentivava. Dizia que meu marido iria me amar muito mais depois daquele parto, rs. Comecei a ficar cansada e deitei na cama. Dormi entre as contrações, rs. Levantei e senti que logo iria nascer, e sentei na banqueta. Foi quando começou o expulsivo.
Veio a vontade de fazer força.... essa fase durou uns 30 minutos. Eu fazia força, o médico mandou chamar a pediatra. O dr na minha frente me incentivava, Herick à minha direita me fazia carinho, me dava a mão.
Estávamos lá os 3, tudo maravilhoso até então, e apesar da dor (eu trancava os dentes pra não gritar) eu estava super feliz e ansiosa, me empolguei e fiz bastante força porque queria ver meu filhote logo... fiz força umas 4 vezes... esqueci a dor... senti um calor insuportável, e uma ardência. Já não sentia a dor das contrações, só a vontade de fazer força. Tirei a roupa do hospital e fiquei só de top. Fiz de tudo pra não fazer isso, mas agora sei porque quase todo mundo faz. Então senti meu filhote coroando. Eduardo disse que ele tinha cabelo, não acreditei, eu e Herick colocamos a mão para sentir a cabecinha do nosso bebê coroando. Na contração seguinte fiz muuita força... e às 23:14h, meu gatinho nasceu! Foi de uma vez só, saiu todo o corpinho em 2 segundos... Foi o momento em que senti menos dor, apenas uma pressão. Eu estava de olhos fechados... na hora de fazer força eu fechava sem querer... então abri os olhos. Consegui trazer o meu filho ao mundo da forma como sempre sonhei. Foi uma sensação maravilhosa, nem acreditei!
Meu filho enfim nasceu e o GO o colocou na minha frente. Vi o rostinho dele, que era lindo, perfeito! Foi o momento mais lindo e especial da minha vida! Fiquei paralisada olhando pra ele.... Ele abria seus olhinhos puxados, com carinha de sono. Havia nascido com o cordão enrolado no pescoço, estava “roxinho”, mas voltava a si, era pequeno (2.240 Kg) e estava quietinho, não chorou logo que nasceu. Mas tudo isso era normal, segundo O GO. 
O dr o colocou no chão para que voltasse a si, para que pudéssemos pegar no colo. Ele se recuperou e chorou segundos depois!
E eis que chegou a pediatra com mais um monte de gente que até agora não entendemos o porque, e simplesmente não nos deu ouvidos, não nos deixou tocar, abraçar, beijar, amamentar, após os meses de espera e ansiedade para tê-lo nos braços... ela o levou o mais rápido que pôde e sem maiores explicações para o berçário... segundo ela, eu ainda estava “sem leite”. Após tanto cuidado, ainda passamos por isso. Isso me fez acreditar que realmente a “Humanização é uma porta que só abre do lado de dentro de cada um”...
Herick foi acompanhar Kenji até o banho. Todos saíram e médico me examinou, tive laceração, levei um pontinho. E ele antes de se despedir me deu os parabéns... disse que me saí muito bem, que eu tinha sido maravilhosa, me desejou felicidades. Agradeci a ele por tudo. Então as enfermeiras me levaram até o quarto. Encontrei minha mãe. Ela estava impressionada, não esperava que eu fosse conseguir ter parto normal... Cheguei no quarto e só 20 minutos depois, Kenji chegou todo cheirosinho, e já estava dormindo.
Depois que todos saíram, eu e Herick pudemos beijar, abraçar, dar as boas vindas ao nosso filho e continuar a ser felizes como sempre fomos, agora com o nosso bebê. ""

Ps. Sem divulgação de nomes, somente da protagonista e sua família.
Direitos de Imagem reservados!

No parto da Graziela Boza ela teve intervenção com a ocitocina porque sua bolsa rompeu ela não estava tendo contrações, apenas isso, porém no bebê fizeram todos os procedimentos nele, ela não queria, ou seja, fizeram por costume, pelo que conversamos, a luta por um parto humanizado, sem qualquer intervenção desnecessária é uma luta constante!



Acredito que nesse nosso 1º Relato de muitos espero, muitas coisas que lemos já se apresentou de forma diferente né? O trabalho de parto foi Super Rápido, o bebê nasceu com o cordão enrolado no pescoço, era pequeno e teve laceração.. ou seja, cada uma tem um corpo, um organismo, vamos confiar em nós, nós podemos, somos Divas!!!!

... pois isso sim é um parto, isso é o que nós podemos fazer e nascemos para isso, Deus nos fez perfeitas, Maria pariu assim, Deus permitiu que a mãe dele assim o fizesse, pois é o melhor para nosso corpo e para nossos bebês!












Beijos Da Lary*

9 comentários:

  1. Nossa, um dos melhores relatos que já li! Parto normal é sempre emocionantes, mas um relato tão realista e doce deixou tudo mais especial. bjs

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    1. Também me maravilhei! Incrível! Como somos poderosas, Deus nos fez assim, perfeitas para parir!!!!!
      Beijos para você gata!!!!

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  2. Quero meu parto assim, tranqüilo e com mínimo de dor...Deus há de me ajudar.

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  3. parabéns Grazi!! O seu parto foi lindo, valeu a resistência. Sei o quanto desejou esse bebê e quanto ele será amado e bem cuidado, muitas alegrias Deus preparou pra você. beijosss Laura.

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    1. Obrigada, amiga! Com certeza, ele ja era muito amado e desejado antes mesmo q Deus o enviasse pra nos. Um beijo!

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  4. oi Laura!!! Que bom encontrá-la por aqui! Realmente Kenji é um presente de Deus em nossas vidas! A forma de nascimento influencia na saúde do bebê, e fiz questão de ter um parto assim. Na verdade se vc começar a procurar informação, verá que é assim que todas nós merecemos ser tratadas... desejo muitas felicidades pra vc, e que um dia vc tenha um parto lindo também... beijos, Graziela.

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